Numa flor de
Lótus no Malawi azul
nasce Rohini
de uma família hindu.
Do Canadá,
seu lar, vai à Machu Picchu,
ruínas quer
contemplar naquele sítio.
Então
conhece a cidade antiga e a mim.
E me seduz
com o aroma de Jasmim.
Seus belos
olhos negros de Sherazade
denotam
sapiência e imensa bondade.
Bondade
tamanha que não se limita
à raça ou
países, é cosmopolita.
Beijos que
sabem a cravo e noz-moscada,
sim, Rohini,
tu foste idealizada.
E creio que
o mesmo comigo ocorreu,
meus vícios
vários a distância escondeu.
Portanto,
não me ames, querida Rohini;
ama a
valorosa distância sublime.
A distância,
com benefícios sem igual,
é a única
que mantém o Hugo ideal.
O véu de
Maya não podes levantar,
meu eu real
tu não deves vislumbrar.
Fuja dessa
iluminação verdadeira,
luz que no
sentimento só faz fogueira.
Assim como
Buda, Siddartha Gautama,
não quero
sofrer, anseio por Nirvana.
Agora minha
filosofia muda:
Troco os
sofrimentos de Werther por Buda.
Porém um
Buda um pouco modificado,
Nirvana
alcanço sem ser iluminado.
Tampouco
pretendo anular a vontade,
mas sim
manter a ilusão desse amor light
Fiquemos
juntos, porém sempre distantes.
As dores do
amor conheci anos antes.
Com elas já
aprendi, delas eu nasci,
Não há por que
tal sofrer repetir
Do lema da
espanhola Santa Tereza
“Sofrer ou
Morrer”, eu fujo com certeza
Quando há
distância, não há cotidiano.
Se nos
encontrarmos uma vez por ano,
cada momento
inesquecível será,
e doce
saudade sempre baterá.
Se
mantivermos a ilusão para além,
uma vez
serei perfeito para alguém.